O
uso de drogas legais e ilegais se tornou um problema para a sociedade
atual e a busca por tratamentos para dependentes químicos tem se tornado
comum em todo o país, por isso, o ClickPB procurou os locais que
oferecem tratamentos para usuários em João Pessoa.
Quando se fala
em tratamento para dependentes químicos na Capital é comum que as
pessoas lembrem da Fazenda da Esperança, localizada em Alhandra, mas há
vários outros locais que oferecem tratamento para aqueles que desejam
livrar-se do vício. O ClickPB listou alguns desses locais e falou com
responsáveis para conhecer detalhes sobre tratamento e acompanhamento
dos pacientes.
Na Fazenda da Esperança o tratamento tem a duração
de um ano, nos primeiros três meses o paciente não pode receber visitas,
pois é o período de desintoxicação. Após estes meses, o paciente começa
a receber a visita dos familiares. Lá, o paciente desenvolve trabalhos
de agricultura, apicultura, artesanato e confecção de material de
limpeza que serão vendidos para custear seu tratamento. Todos os meses,
quando a família visita o interno, leva consigo uma cesta no valor de
um salário mínimo.
A
Fazenda da Esperança, na Paraíba, atende apenas homens, eles dispõem de
cinquenta vagas, mas todos os meses um interno recebe alta e abre vaga
para um novo paciente. O tratamento acontece com apoio psicológico e
religioso para melhorar a autoestima dos internos.
Em João Pessoa,
o ClickPB procurou o Instituto Social Manassés para saber como funciona
o tratamento de dependentes, uma vez que os internos desenvolvem um
trabalho em ônibus, da Capital, vendendo kits com canetas e lanternas
por R$ 2 cada. O Instituto Manassés chegou à Capital paraibana há quase
um ano e já recebeu, segundo informações, cerca de 400 jovens, sempre do
sexo masculino, para tratamento de dependência química. O diretor do
Instituto, na Paraíba, Alan Xavier, disse que os jovens são levados para
receberem tratamento em outros estados. "O jovem tem que sair do
ambiente comum para ele, tem que se afastar de onde ele está acostumado
com o consumo de drogas, então quando recebemos um jovem, ligamos para
outros estados e conseguimos um local para ele ficar", relatou Alan, que
também usou drogas por dez anos e hoje cuida do Instituto em João
Pessoa.
Os internos do Instituto Manassés, chamados alunos,
recebem o tratamento por nove meses. No primeiro mês eles ficam na sede
do Instituto, "a primeira fase dura de vinte dias a um mês, é o período
de desintoxicação, então quem está nessa fase ajuda a embalar os kits
para os que estão na segunda fase. Após este tempo, eles saem
acompanhados para fazer a obra no coletivos, depois de uma semana eles
ja saem sós para falar da obra de Deus, ocupando a mente", complementou
Alan Xavier.
O tratamento no Instituto Manassés dura nove meses,
em oito desses, os pacientes realizam trabalho nos ônibus. Com a venda
dos kits os jovens pagam o tratamento, e após este período os pacientes
voltam para casa. A rotina dos jovens tem dois cultos diários, um pela
manhã e outro à noite, as refeições tem horário certo e às 22 horas
todos vão dormir. "O grande problema da dependência química é o
dinheiro, muitos trabalham e gastam todo o dinheiro com a droga. Durante
o tratamento aqui, eles ocupam a mente e sabem que o dinheiro da venda
dos kits é da obra, acontece a mudança do caráter, se algum dos jovens
voltar a usar drogas durante o tratamento a gente vai saber", disse o
diretor do Instituto.
Alan
Xavier disse que existe uma meta na venda dos kits para que o jovem
tenha condições de ajudar na manutenção da casa onde funciona o
Instituto e poder, também comprar alguma coisa que eles estejam
precisando, "pode ser um sabonete, um tênis ou ele pode querer mandar
uma ajuda para casa", complementou.
Alan Xavier afirmou que sempre
há vagas no Instituto porque os jovens daqui vão para outros estados e
os jovens de outros estados vem para cá, em João Pessoa são trinta
vagas, atualmente há vinte e cinco jovens passando pelo tratamento. Alan
relatou que todos vão para a rua fazer o trabalho dentro dos ônibus,
"até eu vou para os coletivos porque eu sirvo de exemplo para eles, eu
vou e faço o trabalho também", finalizou o diretor do Instituto Manassés
em João Pessoa.
Quando os jovens são levados para o tratamento em
outro estado é a família que paga a passagem, assim como uma taxa
inicial de R$ 450 no momento da internação do jovem, que fica como
doação para o Instituto Social.
Há também, na Capital, a Fundação
Cidade Viva, vinculada à Igreja Batista Bessamar, que desenvolve
trabalho com dependentes químicos há mais de cinco anos e já recebeu
aproximadamente trezentas pessoas em busca de tratamento. O trabalho da
Fundação Cidade Viva consiste, inicialmente, em reuniões através de um
grupo chamado 'Corredor de Vida' e é feita uma triagem com o dependente e
seus parentes para verificar se será necessário internar o usuário ou
se o tratamento poderá ser feito com reuniões.
Para os casos em
que a internação é necessária, o tratamento tem a duração de nove meses e
abrange as áreas espiritual, psicológica e física. No primeiro mês o
paciente não tem contato com a família, a partir do segundo mês há
visitas intercaladas, em uma semana o paciente liga para os parentes e
no outro recebe a visita. Todos os meses o paciente passa por uma
avaliação do tratamento e têm acesso à cursos profissionalizante durante
o período de internação.
A equipe da Fundação é composta por
nove educadores e um psicólogo contratados, esses profissionais recebem
cursos de atualização na área pela SENAD (Secretaria Nacional de
Politicas sobre Drogas) e demais órgãos que disponibilizam meios para
estudo sobre a dependência química. Segundo informações de Saulo Duarte,
Coordenador de Cuidado Comunitário da Fundação, são recebidos apenas os
pacientes que querem tratamento e em 60% dos casos, o tratamento é
gratuito porque o interno não tem condições de contribuir.
Ainda
em João Pessoa há o Centro de Saúde São Pedro, que trata de pacientes
com problemas psiquiátricos e dependentes químicos. Lá existe convênio
com o SUS, mas para o paciente ter acesso ao tratamento gratuito tem que
ser encaminhado por médicos do Hospital Psiquiátrico Colônia Juliano
Moreira , para pessoas do interior do Estado, ou do Pasme (Pronto
Atendimento Médico) que funciona no Ortotrauma, em Mangabeira, para
dependentes que moram na grande João Pessoa.
Na Casa de Saúde São
Pedro, o tratamento é baseado em reflexão, reuniões, cerimônias
religiosas e momentos de entretenimento, assim com0 nos demais centros
de tratamento citados nesta reportagem. O período de tratamento na Casa
de Saúde é de um à três meses, mas, segundo a enfermeira Alice Carolina,
há casos em que pacientes passam mais tempo. A Casa oferece 64vagas
para dependentes químicos, atualmente há 51 pessoas em tratamento,
"desde alcoolistas até dependentes de substâncias ilegais", relatou a
psicológa Cláudia Andrade.
O tratamento particular custa cerca de
R$ 1,6 mil por semana, pelo SUS são aceitos apenas homens porque os
quartos são coletivos, já no atendimento particular são aceitas
mulheres, segundo informações de funcionários da Casa de Saúde, a única
diferença entre os internos do SUS e os particulares é que o paciente
particular pode ser acompanhado de um familiar durante todo o tratamento
e tem um quarto individual.
Um estudo feito pelo geografo Jason
Pontual, que trabalha na Casa São Pedro, dá conta que em 2000 a maioria
das internações eram em decorrência do uso de álcool (86,21%) e as
demais substâncias representavam 9,48% dos casos de internação. Em 2011,
os usuários de drogas ilícitas já representavam 40,98% das internações.
A idade dos usuários também mudou, se antes a maioria dos internos tinham cerca de 34 anos, hoje têm cerca de 27.
Alerta para os pais
A
psicológa Cláudia Andrade disse que os pais devem tomar muito cuidado
com os jovens, "eles tem que prestar atenção a todos os sinais, dá pra
notar se um adolescente tá fumando cigarro ou consumindo álcool, começa
nisso, geralmente. Se os familiares ficarem atentos poderão ajudar o
jovem ou adulto desde o início e as chances de melhora são maiores se o
tratamento for feito antes".
nossa cidade , está precisando urgente de um trabalho com os adolescente que estão acabando sua vida com drogas , a começar do alcool ,maconha , e crak ,a destruição das familias já é notorio , pelo amor de Deus ,Pais façam alguma coisa , nem tudo está perdido , salvem seus filhos . que a coisa ta feia por aqui.
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