sábado, 14 de abril de 2012


A história de Tancredo Neves

 

Tancredo de Almeida Neves nasceu em São João Del-Rei-Minas Gerais, em quatro de março de 1910,filho de Francisco de Paula Neves e Antonina de Almeida Neves, de ascendência predominante portuguesa, mas também austríaca, transferiu-se para Belo Horizonte após concluir os estudos em sua cidade natal e na capital mineira. Foi casado com dona Risoleta Guimarães Tolentino, com quem teve três filhos.
 
Ingressou na Faculdade de Direto da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo exercido o cargo de Promotor Público em 1933. Foi lançado na política pelo líder político municipal de São João Del-Rei, Augusto Veras, pelo qual sempre guardou gratidão.
 
Foi eleito vereador na sua terra natal em 1935, chegando à presidência da Câmara. Extinto o seu mandato, retornou à advocacia. Exerceu, também por algum tempo a profissão de empresário do setor têxtil.
 
Em 1950. Tancredo Neves foi eleito deputado federal e Juscelino foi eleito Governador de Minas Gerais. Surgindo uma vaga de Ministro da Justiça, Juscelino e Getúlio Vargas acordaram a indicação do nome de Tancredo Neves para aquele posto. Entregou o cargo de ministro quando do suicídio de Getúlio Vargas, ocorrido em 24 de agosto de 1954.
 

Segundo a Fundação Getúlio Vargas, Tancredo teria recebido das mãos do próprio Getúlio uma das cópias da carta-testamento que seria divulgada por ocasião da sua morte. Na versão de Leonel Brizola, foi João Goulart quem a recebeu, lendo-a no enterro de Getúlio em São Borja.
 
Após a renúncia do Presidente Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, articulou a instalação do parlamentarismo, ocupou o cargo de primeiro-ministro e logrou êxito parcial na sua meta para pacificação política. De volta à Câmara dos Deputados manteve apoio ao governo João Goulart até que o mesmo fosse deposto pelo golpe militar de 1964. Tancredo foi um dos poucos políticos que foram se despedir de João Goulart no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, quando este partiu para o exílio no Uruguai.
 
Apesar de ter sido primeiro-ministro de João Goulart e ser amigo, Tancredo não teve seus direitos políticos cassados durante o regime militar devido ao seu prestígiojunto às forças armadas. Nas eleições de 1982 foi eleito Governador de Minas Gerais, após uma renhida disputa com Elizeu Rezende.
 
DIRETAS JÁ E O COLÉGIO ELEITORAL
 
Tão logo foram empossados, em 15 de março de 1983, os governadores eleitos em 1982, começaram os debates em torno da sucessão do presidente João Figueiredo. O nome de Tancredo Neves foi aceito inclusive por grande parte dos militares e dos partidos políticos, pelo seu caráter moderado.
 
Mesmo a eleição sendo indireta. Tancredo fez diversos comícios populares em praça pública, A chapa Tancredo-Sarney foi oficializada e assim os oposicionistas foram àsruas para defender as suas propostas. Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, numa terça-feira, 15 de janeiro de 1985, recebendo 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf e 26 abstenções. Sua vitória foi entusiasticamente recebida pela população e é tida ainda hoje como uma das mais complexas e bem sucedida obras de “engenharia política” na história do Brasil.
 
Depois de eleito, Tancredo fez um giro internacional, encontrando-se com vários chefes de estado para conquistar apoio a sua posse, e só aceitou ser submetido a uma operação cirúrgica depois que várias autoridades haviam chegado à Brasília para sua posse.
 
A DOENÇA E A MORTE
 
Tancredo temia que os militares da chamada linha-dura se recusassem a passar o poder ao vice-presidente. Tancredo só anunciaria a doença no dia da posse, 15 de março quando já estivessem em Brasília os chefes de estados esperados para a cerimônia de posse.
 
Porém, a sua saúde não resistiu e na véspera da posse (14 de março de 1985), adoeceu com fortes dores abdominais durante uma cerimônia religiosa no Santuário Dom Bosco em Brasília. Foi às pressas internado no Hospital de Base de Brasília. Ao seu primo Francisco Dorneles, Tancredo afirmara que só aceitava submeter-se a cirurgia se tivesse garantias que João Figueiredo iria empossar o vice-presidente (José Sarney).
 
José Sarney assumiu a Presidência em 15 de março de 1967. Leu o discurso de posse que Tancredo havia escrito e que pregava conciliação nacional e a instalação de uma assembleia nacional constituinte.
 
Na cerimônia de transmissão do cargo no Palácio do Planalto, o presidente João Figueiredo não compareceu. Existia uma grande tensão na época. Caso Sarney não assumisse, deveria ser empossado em seu lugar o então presidente da Câmara dos Deputados, Ulisses Guimarães, pouco aceito pelos militares. Depois de uma reunião pela madrugada de 14 para 15 de março, presentes Ulisses Guimarães, Fernando Henrique, José Sarney e o ministro do exército Leônidas Pires Gonçalves, a opinião deste, e em respeito à constituição de 1967, o Congresso daria posse a José Sarney.
 
Devido às complicações cirúrgicas ocorridas- e a péssima condição ambiental do Hospital de Base que estava com a UTI em obras, o estado de saúde se agravou e teve de ser transferido em 26 de março para o Hospital das Clínicas em São Paulo. Durante todo o período que ficou internado sofreu sete cirurgias. No entanto, em 2l de abril, Tancredo faleceu vítima de infecção generalizada aos 75 anos. A morte foi anunciada pelo porta-voz oficial, Antônio Brito.
 
Na época havia rumores que Tancredo havia morrido há dias e sua morte não era anunciada a espera de se resolverem os problemas políticos.
 
Há muita controvérsia a respeito da morte de Tancredo. A revista Conspiração publicou na época que a repórter Glória Maria, da Globo, sabia de muitos segredos sobre o que aconteceu com Tancredo. Tem a história de um tiro, de um apagão depois da missa celebratória em Brasília e não se sabe por que, Glória Maria se ausentou do Brasil por vários anos o que causou muita surpresa com relação a este fato e jamais dirá o que aconteceu de verdade.

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