A história de Tancredo Neves
Tancredo de Almeida Neves nasceu em São João Del-Rei-Minas Gerais, em
quatro de março de 1910,filho de Francisco de Paula Neves e Antonina de
Almeida Neves, de ascendência predominante portuguesa, mas também
austríaca, transferiu-se para Belo Horizonte após concluir os estudos em
sua cidade natal e na capital mineira. Foi casado com dona Risoleta
Guimarães Tolentino, com quem teve três filhos.
Ingressou na Faculdade de Direto da Universidade Federal de Minas
Gerais, tendo exercido o cargo de Promotor Público em 1933. Foi lançado
na política pelo líder político municipal de São João Del-Rei, Augusto
Veras, pelo qual sempre guardou gratidão.
Foi eleito vereador na sua terra natal em 1935, chegando à presidência
da Câmara. Extinto o seu mandato, retornou à advocacia. Exerceu, também
por algum tempo a profissão de empresário do setor têxtil.
Em 1950. Tancredo Neves foi eleito deputado federal e Juscelino foi
eleito Governador de Minas Gerais. Surgindo uma vaga de Ministro da
Justiça, Juscelino e Getúlio Vargas acordaram a indicação do nome de
Tancredo Neves para aquele posto. Entregou o cargo de ministro quando do
suicídio de Getúlio Vargas, ocorrido em 24 de agosto de 1954.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, Tancredo teria recebido das mãos do
próprio Getúlio uma das cópias da carta-testamento que seria divulgada
por ocasião da sua morte. Na versão de Leonel Brizola, foi João Goulart
quem a recebeu, lendo-a no enterro de Getúlio em São Borja.
Após a renúncia do Presidente Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961,
articulou a instalação do parlamentarismo, ocupou o cargo de
primeiro-ministro e logrou êxito parcial na sua meta para pacificação
política. De volta à Câmara dos Deputados manteve apoio ao governo João
Goulart até que o mesmo fosse deposto pelo golpe militar de 1964.
Tancredo foi um dos poucos políticos que foram se despedir de João
Goulart no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, quando este partiu
para o exílio no Uruguai.
Apesar de ter sido primeiro-ministro de João Goulart e ser amigo,
Tancredo não teve seus direitos políticos cassados durante o regime
militar devido ao seu prestígiojunto às forças armadas. Nas eleições de
1982 foi eleito Governador de Minas Gerais, após uma renhida disputa com
Elizeu Rezende.
DIRETAS JÁ E O COLÉGIO ELEITORAL
Tão logo foram empossados, em 15 de março de 1983, os governadores
eleitos em 1982, começaram os debates em torno da sucessão do presidente
João Figueiredo. O nome de Tancredo Neves foi aceito inclusive por
grande parte dos militares e dos partidos políticos, pelo seu caráter
moderado.
Mesmo a eleição sendo indireta. Tancredo fez diversos comícios
populares em praça pública, A chapa Tancredo-Sarney foi oficializada e
assim os oposicionistas foram àsruas para defender as suas propostas.
Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio
Eleitoral, numa terça-feira, 15 de janeiro de 1985, recebendo 480 votos
contra 180 dados a Paulo Maluf e 26 abstenções. Sua vitória foi
entusiasticamente recebida pela população e é tida ainda hoje como uma
das mais complexas e bem sucedida obras de “engenharia política” na
história do Brasil.
Depois de eleito, Tancredo fez um giro internacional, encontrando-se
com vários chefes de estado para conquistar apoio a sua posse, e só
aceitou ser submetido a uma operação cirúrgica depois que várias
autoridades haviam chegado à Brasília para sua posse.
A DOENÇA E A MORTE
Tancredo temia que os militares da chamada linha-dura se recusassem a
passar o poder ao vice-presidente. Tancredo só anunciaria a doença no
dia da posse, 15 de março quando já estivessem em Brasília os chefes de
estados esperados para a cerimônia de posse.
Porém, a sua saúde não resistiu e na véspera da posse (14 de março de
1985), adoeceu com fortes dores abdominais durante uma cerimônia
religiosa no Santuário Dom Bosco em Brasília. Foi às pressas internado
no Hospital de Base de Brasília. Ao seu primo Francisco Dorneles,
Tancredo afirmara que só aceitava submeter-se a cirurgia se tivesse
garantias que João Figueiredo iria empossar o vice-presidente (José
Sarney).
José Sarney assumiu a Presidência em 15 de março de 1967. Leu o
discurso de posse que Tancredo havia escrito e que pregava conciliação
nacional e a instalação de uma assembleia nacional constituinte.
Na cerimônia de transmissão do cargo no Palácio do Planalto, o
presidente João Figueiredo não compareceu. Existia uma grande tensão na
época. Caso Sarney não assumisse, deveria ser empossado em seu lugar o
então presidente da Câmara dos Deputados, Ulisses Guimarães, pouco
aceito pelos militares. Depois de uma reunião pela madrugada de 14 para
15 de março, presentes Ulisses Guimarães, Fernando Henrique, José Sarney
e o ministro do exército Leônidas Pires Gonçalves, a opinião deste, e
em respeito à constituição de 1967, o Congresso daria posse a José
Sarney.
Devido às complicações cirúrgicas ocorridas- e a péssima condição
ambiental do Hospital de Base que estava com a UTI em obras, o estado de
saúde se agravou e teve de ser transferido em 26 de março para o
Hospital das Clínicas em São Paulo. Durante todo o período que ficou
internado sofreu sete cirurgias. No entanto, em 2l de abril, Tancredo
faleceu vítima de infecção generalizada aos 75 anos. A morte foi
anunciada pelo porta-voz oficial, Antônio Brito.
Na época havia rumores que Tancredo havia morrido há dias e sua morte
não era anunciada a espera de se resolverem os problemas políticos.
Há muita controvérsia a respeito da morte de Tancredo. A revista
Conspiração publicou na época que a repórter Glória Maria, da Globo,
sabia de muitos segredos sobre o que aconteceu com Tancredo. Tem a
história de um tiro, de um apagão depois da missa celebratória em
Brasília e não se sabe por que, Glória Maria se ausentou do Brasil por
vários anos o que causou muita surpresa com relação a este fato e jamais
dirá o que aconteceu de verdade.
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