POR NETO RANGEL: A FALTA DE ESPÍRITO PÚBLICO
Há tempo que a atividade política deixou de ser um serviço público relevante e passou a ser inserida no meio das atividades econômicas lucrativas, onde investimentos são realizados em mídias diversas, se cria personagens, slogans, alicerçados em fatos que o povo gosta de ouvir, mas que sem fundamento teórico e ideológico se perdem no espaço e nada de concreto se realiza. Se cada um de nós fizer um exame de consciência vai ver como era a vida de alguns homens públicos antes do poder e depois que deixaram o poder.
Houve um tempo que a vereança era exercida por homens simples, pessoas do povo, homens dignos, que sem a saga pelos dinheiro, entravam e saiam da mesma forma, sem fazer fortuna com o dinheiro público, após ocupar um cargo ou exercer um mandato político. Na nossa terra até dá para ver nomes de vários vereadores desde Nilson Máximo (Pitisco), Porfírio Trajano, Aluízio Trajano, Severino Trajano (Titiu), José de Farias Falcão (ZEZÉ), Antônio João, Joquinha Zelo, Braz Casulo, Antônio Medeiros e muitos outros, que exerceram vários mandatos e após deixar o “Poder”, continuaram a vida simples que sempre tiveram.
De uns tempos para cá a coisa mudou, pode até muita gente os considerar os antigos de “tolos”, “bestas”, no popular, porque estiveram no poder para de forma simples e dedicada servir ao povo sem pensar em se servir da bondade do povo. Esses e muitos outros que passaram pelo poder, mas não se serviram dele, receberam o que lhe foi de direito, mas não acumularam bens com o verdadeiro “milagre da multiplicação”, foram verdadeiramente homens públicos.
Hoje se faz campanhas políticas para vereança com orçamento, verba financeira, presentes, telhas, tijolos, remédios, documentos, promessas de empregos, festas, brindes, contratações para segurar bandeiras, tudo no afã de conquistar uma fatia do poder e posteriormente recuperar o investimento feito, como se fosse um empreendimento comercial, e após a eleição, negociam já a presidência da Mesa, como se estivesse vendendo algo que lhe pertencesse.
É preciso acreditar nas pessoas, nas propostas, votar como decisão livre e soberana, não porque alguém pediu, mas porque você procurou conhecer as propostas, a história de cada candidato e fez sua escolha pensando no melhor para sua cidade, para o desenvolvimento de sua gente, movido pelo espírito público que deve permear a mente e as ações dos homens e mulheres livres e de bons costumes. O exercício pleno da cidadania só pode ser aperfeiçoado com a decisão livre e soberana de cada cidadão e nossa esperança de firma na juventude, os donos do amanhã, a eles está destinada essa missão, mas é preciso começar e já estamos atrasados. JOSÉ NETO FREIRE RANGEL – Economista e Advogado, professor universitário, é colunista e colabora nesse portal.
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