quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Juazeirinho: aspectos da sua história e criação

O helenolima.com e o blog de Rosa Gouveia tem a honra de publicar uma série de artigos da lavra de Geraldo Vital que escreve sobre a história de Juazeirinho.
 
Geraldo Vital é juazeirinhense da gema, porem mora em Brasilia desde a sua fundação, em 960.
 
Ele faz parte da familia Vital, do segundo casamento. Foi o primeiro secretário da Prefeitura de Juazeirinho na gestão de Joventino Batista, entre os anos de 1957 a 1959, quando houve a primeira eleição.
 
"Não me coloco como historiador, eleborei um pequeno trabalho sobre os acontecimentos políticos da cidade e gostária de vê-lo publicado neste prestigiado portal, o qual acesso todos os dias aqui de Brasília", pontua.
 
Portanto, iniciaremos contando um pouco dos aspectos de sua histporia e criação do nosso município.
 
Juazeirinho: aspectos da sua história e criação
 
A cidade de Juazeirinho fica situada a 200 km de João Pessoa, as margens da BR-230, entre o Cariri e o Curimataú, denominado Médio Seridó da Paraíba e fazia parte das sesmarias dos Oliveira Ledo, que desbravaram o Cariri e o Sertão Paraibano, e já haviam se fixado no Carirí em 1753, conforme documentos, com fazendas de gado. Existindo ainda hoje uma fazenda que preserva, após mais de dois séculos, o seu nome, “Ana de Oliveira”.
 
A fazenda Juazeiro serviu de marco inicial para o povoamento do lugar. Inicialmente, formou-se um pouso de tropeiros, em suas idas e vindas, entre o Sertão e Campina Grande, tornando-se assim parada obrigatória. Ali aconteceram as primeiras transações comerciais, em barracas improvisadas.
 
Desta maneira, prosperava a criação de gado bovino, caprino e ovino, os agricultores por sua vez, exploravam a cultura de milho, feijão e algodão. Então, o excedente dessa produção precisava ser comercializado, surgindo então à idéia de uma feira local, visto que Soledade ficava a uma distância de quatro léguas, o que acarretava dificuldades de toda ordem, em face da ausência de transporte motorizado.
 
A idéia da criação da feira teve integral apoio de vários moradores e proprietários entre eles: José Batista de Azevedo, Pedro Ferreira de Barros, Manoel Vital Filho, Avelino José e João Cunha Moreno, e fizeram um requerimento ao Coronel Claudino Alves da Nóbrega, então Prefeito de Soledade, que autorizou a feira, sendo escolhido o dia de terça-feira.
 
No dia 04 de Novembro de 1913 realizou-se a primeira feira que prosperou com muita rapidez. Juazeiro passou a ser o ponto de parada obrigatória, transformando-se num entreposto de comércio de gado, algodão e outros gêneros, trazendo natural progresso.
 
No ano seguinte, precisamente em 24 de dezembro de 1914, foi celebrada a primeira missa pelo padre José Betâmio, e iniciada uma campanha para adquirir fundos para construção da Igreja, tendo S.JOSÉ como padroeiro. Com isso Juazeiro se tornou um próspero núcleo comercial, como também um núcleo político de importância.
 
Foi inaugurada a primeira empresa de Ônibus em 1918 de propriedade de Manoel Ferreira de Barros, que fazia o itinerário Juazeiro- Campina Grande e em 1920 eram inaugurados os serviços dos Correios e Telégrafos, tendo como a primeira telegrafista a senhora IZABEL FERNANDES BENEVIDES.
 
Com a evolução da vida econômica, houve naquele momento a evolução da força política, e surgiu como era natural uma certa rivalidade entre Soledade e Juazeiro. Em verdade, era a luta política pelo poder, e as divergências acentuaram-se em 1930, entre as correntes denominadas PERREPISTAS do lado de Juazeiro, e a corrente da ALIANÇA LIBERAL do lado de Soledade, sendo esta então vencedora e o pessoal de Juazeiro sofreu as revanches dos revolucionários, fato este acontecido em todo o Estado.
 
Na denominada divisão administrativa do país, entre os anos de 1936 e 1937, Juazeiro figurava como Distrito de Soledade.
 
Em 1938, pelo Decreto-Lei Estadual N. 1164 de 15 de Janeiro, a Sede do município de Soledade foi transferida para Juazeiro, permanecendo até 1943. E tinha como Prefeito nomeado Sr. Francisco Correia de Queiroz. Quando em 31 de Dezembro do mesmo ano, o Decreto Estadual N. 520, faz voltar para Soledade à Sede Municipal, e o mesmo Decreto muda o nome de JUAZEIRO para JUAZEIRINHO.
 
Vale ressaltar que, diante de idas e vindas, voltando a Sede do município para Soledade o Coronel Claudino Alves da Nóbrega, mais conhecido como CORONEL DINO (PERNA DE PAU}. 
 
Chefe político, ardoroso inimigo de Juazeirinho, procurava a qualquer custo entravar as coisas, dificultar os interesses e o progresso daquela gente e denominava de “os mascates de Juazeirinho”, como conta em seu livro” POSTURA DE ARRIBAÇÃO” o Dr. José Demétrio que foi o primeiro Juiz de Direito da Comarca de Juazeirinho.
 
Dias escuros carregados de vindita, surgiram em Juazeirinho, em face de um assassinato de um moço da estima do Coronel Dino por um cabo do destacamento, fato que obrigou o Juiz, Dr. José Demétrio tomar as medidas cabíveis.
 
Talvez em represália a esse crime, madrugada sombria ainda foi cenário de um quebra-quebra do busto de barro pintado de bronze que o Tenente Queiroz fizera erigir da Praça Pública, com a efígie de Argemiro de Figueiredo.
 
Amotinados, com a idéia de vingança, o Coronel Dino, vomitava ódio contra os juazeirenses. Restava a Juazeirinho e seu povo se livrar dos grilhões, procurarem a sua independência política.
 
O Coronel Dino procurou por todos os meios afastar o Dr. Demétrio da Comarca com o seu prestígio político, removendo o Juiz para outra cidade, mexendo com todos os trunfos para satisfazer as suas vontades e os seus caprichos do quero, mando e posso. Dando com capítulo final de uma novela sem precedentes na história política de Juazeirinho.
 
Juazeirinho ainda ficou sob o jugo político de Soledade de 1947 a 1958, com os seguintes políticos a frente do comando (PREFEITOS).
 
De 1947 a 1950 – Prefeito Inácio Claudino da Costa Ramos – Vice Prefeito José Felismino da Costa Nogueira; De 1951 a 1954 – Prefeito Severino Pascoal de Oliveira- Vice Prefeito João Capitulino de Araújo; De l955 a 1958 – Prefeito José Ferreira Ramos – Vice Hélio Nóbrega Zenaide.
 
No próximo artigo enfatizaremos a EMANCIPAÇÃO POLÍTICA JUAZEIRINHENSE.
 
Por Geraldo Vital

Um comentário:

  1. O historiador Geraldo Vital cometeu um equívoco: Hélio Zenaide não foi vice de José Ferreira Ramos, tendo, inclusive sidos adversários na eleição que elegeu Zé Ramos.

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