quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

QUE VERGONHA, MEU DEUS”!

POR NETO RANGEL 



Os últimos acontecimentos e as notícias que são veiculadas nos sites de pessoas vinculadas à nossa terra, especialmente dos que tratam de assuntos ligados a política, nos dá uma pequena mostra de quão vil é a luta desenfreada pelo poder e que instrumentos se utilizam os sectários dele, usam a teoria de Maquiavel sem nunca ter lido.  


A luta política, infelizmente não tem sido um luta de idéias, de projetos, de intenções, de compromissos, não... a busca intransigente é simplesmente o poder, ter poder, ser poder, usar o poder para acobertar os amigos e perseguir e dinamitar os adversários e inimigos, fazendo uso da expressão “amigo meu não tem defeito, inimigo se não tiver eu coloco”. A partir de então, ninguém respeita reputações, agridem, ofendem, ridicularizam, sempre da forma mais covarde, usando sempre pseudônimos para atingir interesses mesquinhos.


Quando não se tem projetos e propostas, idéias novas, a meta é sempre agredir a pessoa, atacar o lado pessoal em detrimento da crítica política de gestão como se existissem dois lados: santos para eles e demônios para os outros.


E a nossa cidade, bem como Tenório, Assunção, Soledade, Santo André são achincalhadas com comentários sórdidos, ofensas pessoais, numa linguagem rasteira que se posta na rede mundial de computadores, servem para nos envergonhar e incluir nossa região num lixo literário sem que se possa imaginar até onde vai essa “brincadeira”.


É um poder erguido e mantido num monte de corrupção onde se dá melhor o mais esperto, e esperteza tem sido aclamada como virtude quando seu objetivo é destruir seus adversários, que em regra vão se tornando inimigos.  Estão zombando de mim. Não acredito. Debocham a viva voz e por escrito, é abrir a página, lá vem desgosto, a vergonha. Uma série de babaquices mal escritas o que deixa evidente a qualidade de escola que se tem e que pretendem perpetuar. Cada comentário para uns é um vídeo-tapa no rosto da literatura, da boa linguagem, do respeito ao outro, para outros é um prazer, um verdadeiro orgasmo ver o adversário ser achincalhado, ofendido, vilipendiado. Cada vez é mais difícil aceitar como coisa normal. Tem gente que diz: “isso é da política mesmo”.


“Nunca vi tamanho abuso. Estou confuso, obtuso, com a razão em parafuso: a honestidade saiu de moda a honra caiu de uso. De hora em hora a coisa piora:
arruinado o passado, comprometido o presente, vai-se o futuro à penhora. Valei-me Santo Deus nessa avessa calmaria em forma de desprezo e na tempestade da fome
ensinai-me a navegação. Este é o país do diz e do desdiz, onde o dito é desmentido
no mesmo instante em que é dito. Não há lingüista e erudito que apure o sentido inscrito
nesse discurso invertido. Aqui o discurso se trunca: o sim é não. O não, talvez. O talvez, nunca. Eis o sinal dos tempos este o país produtor que tanto mais produz tanto mais é devedor”.


E, no entanto, há quem julgue que somos um bloco alegre do ‘‘Comigo  ninguém Pode’’ quando somos um país de traídos e esquecidos cuja história vai dar bode.
Dar bode, já que nunca deu bolo, tão prometido pros pobres em meio a festas e alarde onde quem partiu, repartiu ficou com a maior parte deixando pobre e mais pobre e desprotegido o nosso povo.


Eis uma situação totalmente pervertida -- uma região de povo pobre sempre administrada por profissionais da política que com raras exceções, ficam ricos com poucos anos no poder, entram falidos e se enriquecem com o poder que é do povo. Cada povo tem o governo que merece? Ou cada povo tem os ladrões a que enriquece? Cada povo tem os ricos que o enobrecem? Ou cada povo tem os pulhas que o empobrecem? O fato é que cada vez mais se entristece esse povo num rosário de contas e promessas num sobe e desce de prantos e preces.


O que somos afinal? Um povo empobrecido? Anestesiado? Desesperançado? Cheio de violências? “folclórico? tropical? misturando morte e carnaval? Um povo de degradados? Filhos de degredados” largados à sorte e a suposta vontade de Deus? “Por que só nos contos de fada os pobres fracos vencem os ricos nobres?” Por que os ricos precisam dos  pobres para ficar mais ricos? Por que os mais desprovidos de recursos não se aliam aos seu iguais para enfrentar os ricos, que ficam cada vez mais ricos, sempre investem nos  pobres? “Espelho, espelho meu! há um município mais perdido que o meu? Espelho, espelho meu! há um governo mais omisso que o meu? Espelho, espelho meu! há um povo mais passivo que o meu? E o espelho respondeu algo que se perdeu entre o inferno que padeço e o desencanto do céu”.


Adaptando um texto do poeta Affonso Romano de Sant'Anna sobre a VERGONHA DE SER BASILEIRO.

Um comentário:

  1. È, JOSÈ NETO.AINDA BEM QUE EXISTE GENTE COMO VOCÊ PARA TENTAR ABRIR OS OLHOS DOS QUE AINDA CONTINUAM CEGOS.JAMAIS ABANDONE ESTA TERRA, QUE É NOSSA E NÃO PODEMOS ACEITAR A DEGRADAÇÃO.CONTINUE FIRME E FORTE.ABRAÇOS, MEROCA

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