O paraibano Daniel Motta, jornalista de 26 anos, é um exemplo de superação. Filho de agricultores negros e analfabetos, ele saiu da extrema pobreza, na zona rural de Juazeirinho (PB), para uma vida confortável em Campina Grande.
Egresso de uma família com mais de 100 integrantes, Motta é o único, até hoje, a ter um curso superior. Seus nove irmãos não quiseram estudar, apesar do incentivo dos pais, José Paulino Motta, 64 anos, e Geni Josefa Motta, 68 anos.
Daniel sempre estudou em escola pública e formou-se em 2010 na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande. Passou quatro anos dando aulas pela manhã e à tarde em uma escola municipal de Juazeirinho.
A noite, viajava para Campina Grande, enfrentando duas horas de ônibus, para cursar a faculdade.
Hoje, trabalha na sucursal do jornal Correio da Paraíba, em Campina Grande, e se prepara para fazer mestrado. Seu sonho é ser professor de jornalismo.
"Mesmo sem terem noção do que seja, realmente, o jornalismo, meus pais apostaram em mim, me ajudaram financeiramente, com todas as dificuldades que passavam, e agora procuro retribuir um pouco do que me deram", disse Motta.
Em agosto de 2001 programou uma surpresa para a família: foi para Juazeirinho num Fiat Uno que deu de presente ao pai.
"O carro foi adquirido com o dinheiro que ganhei como jornalista. É pouco em comparação com a ajuda que ele me deu", disse.
Adelson Barbosa dos Santos, Especial para o jornal Estado de S.Paulo
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