segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Colunista destaca a Emancipação Política juazeirinhense e a posse de Joventino

 
Foto da solenidade da posse do primeiro prefeito de Juazeirinho Joventino Batista em caráter transitório, antes da eleição de 1959. Da esquerda para direita: Dr. Alberto Máximo- Dr. Luiz Bronzeado representante do Governado, Flávio Ribeiro - Geraldo Vital
Foi promovida uma campanha de divulgação do Comitê Pró Emancipação Política de Juazeirinho, que tomou corpo, cujo projeto apresentado Pelo Deputado Luiz Bronzeado à Assembléia Legislativa do Estado, recebeu parecer favorável na sua Comissão de Constituição e Justiça.
 
Entre outros aspectos que justificariam a medida, encontram-se a sua extenção territorial, seu maior comércio e, principalmente a sua situação econômica, desde que concorre para os cofres do município com mais de cinqüenta por cento de sua renda tributária. Adianta ter observado que Juazeirinho possui todos os requisitos exigidos para sua instalação. Estes foram os registros do Jornalista J. QUEIROZ do Jornal do Comércio do Recife, edição de 19-05-57.
 
Registramos também que naquele ano, fui fundada e instalada a Cooperativa Agrícola Mista de Juázeirinho, cuja orientação para a sua fundação deve-se a Genival Matias, que era naquela oportunidade acadêmico de direito e que sempre se mostrou interessado no progresso da antiga Vila de Juázeirinho. Com isso, eram públicas e notórias as aspirações políticas do acadêmico Genival Matias, por ser filho da terra, por gostar de política e a intenção de governar o município de Juazeirinho, com o seu talento de orador e estudioso.
 
A emancipação política foi alcançada através de Lei N. 1747 de 25 de Julho de 1957, pelo Governador do Estado Dr. Flávio Ribeiro Coutinho, cuja instalação oficial se deu no dia 27 de Outubro de 1957, desmembrando-se de Soledade e integrado por dois distritos, o da Sede e o de Tenório.
 
Por indicação do Senador Argemiro de Figueiredo, o Governador Flávio Ribeiro Coutinho, nomeou Prefeito Municipal de Juazeirinho o Senhor, JOVENTINO BATISTA DE AZEVEDO, que esperou por aquele prêmio mais de 40 anos. Agricultor, Criador, proprietário de algumas glebas de terra, correligionário do Senador, e seguidor da doutrina daquele político da extinta UDN por várias décadas.
 
Efetivada a nomeação do prefeito, esse, por sua vez começou a pensar na escolha dos seus assessores e colaboradores diretos.  Indicou para Secretário o Sr. Geraldo Vital, para o Tesoureiro Zalita Matias e para Escrituraria Marizete Guedes. Aproveitando outros auxiliares egressos da Prefeitura de Soledade.
 
Determinou a ida do seu Secretário Geraldo para participar de um curso intensivo em João Pessoa, sobre Contabilidade Pública e Serviços Fazendários, ministrados pelo IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal e Fundação Getúlio Vargas, que obteve a segunda colocação entre trinta candidatos. E na sua volta aplicou todos os seus conhecimentos no levantamento da contabilidade pública orientada nos padrões modernos.
 
A festa de posse do Prefeito Joventino Batista, foi um verdadeiro deslumbramento. O povo ansioso mostrava toda a sua vibração na praça pública pela emancipação e daquele momento em diante tornava-se independente de fato e de direito, depois de uma luta de muitos anos. O povo compareceu em massa na praça em frente ao prédio da Prefeitura, e adjacência, ficando intransitável o acesso aos que dirigiam a solenidade.
 
Na cerimônia de posse do Prefeito, o Dr. LUIZ BRONZEADO, representou o Governador na qualidade de Secretário de Estado, dando como empossado o Prefeito Joventino Batista de Azevedo, seguindo-se outros oradores inscritos. Como representante do Chefe da Edilidade recém empossado, usou da palavra o Sr. JOSÉ MARIA GUEDES, funcionário da Coletoria Estadual. JOVENTINO BATISTA, naquele momento, sentia que tudo aquilo sería o coroamento da sua vida político-partidária por mais de 40 anos, como aliado do Senador Argemiro, como parte da banda de música da antiga UDN. Depois de o último orador fazer uso da palavra, teve lugar à leitura da ATA DE POSSE DO SENHOR PREFEITO, pelo seu Secretário Geraldo Vital, em seguida foi feitos os cumprimentos formais ao Prefeito Joventino Batista, pelo representante do Governador do Estado e demais pessoas presentes.
 
O Prefeito Municipal governava ad-referendum da Câmara Municipal, por ser nomeado, começava então as primeiras dificuldades. Foi então elaborado o seu primeiro Orçamento. O Sr. Geraldo Vital com os conhecimentos adquiridos, procurou introduzir a técnica da chamada Lei de Meios, a mecânica contábil, por ser orçamento denominado conta de previsão.
 
Tudo que foi herdado da prefeitura de Soledade, através do Fiscal, Sr. Miguel Lucíndio, foi uma relação em Papel almaço pautado, escrito à mão, sem nenhuma lógica quanto aos quantitativos do hoje chamado IPTU. Eram valores achados ao bel prazer, sem atender ao que dispõe o chamado valor venal do imóvel etc.
 
Muita coisa para fazer, parcos recursos, arrecadação insignificante. Até a ajuda financeira prometida pelo Estado, para a sua instalação, foi pago em parcelas. Mesmo diante de tantas dificuldades, o Senhor Secretário consegue sob a orientação do Prefeito, aquisição de móveis, máquinas de escrever e calcular, livros fiscais, materiais de expediente, cofre, balcão, divisórias e tudo mais necessário para o funcionamento.
 
Pequenas obras foram iniciadas no prédio da prefeitura, como sanitários, copa, gabinete do Prefeito, Tesouraria e Secretaría. E ainda instalação da Câmara municipal com mobiliário ali mesmo construído por pessoal especializado. Assim com a chegada do Juiz de Direito, Dr. Evandro de Souza Neves, sob a sua orientação, as acomodações da Câmara Municipal serviriam para o Fórum.
 
O Prefeito Joventino Batista, na condição de Chefe da Edilidade nomeado, sofria aquela grande pressão política dos adversários. Procuravam a todo custo derrubá-lo, queriam o cargo para com isso montar a máquina para a próxima eleição. (prática ainda hoje usada na política de província) Chegou a oferecer um emprego no Estado de Agente Fiscal para o seu Secretário Geraldo Vital e para o prefeito não se sabe em troca do cargo o que fora prometido.
 
Tudo isto foi costurado e engendrado dentro do toma lá dá cá, eram as conversas dos bastidores (os conchavos às escondidas), mas, Joventino, fiel as suas tradições políticas e amigas do Senador Argemiro, recusava as ofertas, isso com o aval e os artifícios do Sr. Gerôncio Nóbrega, político da cidade de Soledade, raposa velha na política e aliado à oposição, procurava introduzir artifícios para preparação de lançamento de candidato a prefeito, tecia aquela TEIA DE ARANHA para ver o CIRCO PEGAR FOGO, se metia na seara alheia.
 
Mesmo com as dificuldades que se apresentava, seguindo o exemplo de outras prefeituras, o Senhor Secretário Geraldo Vital elaborou um convênio com o INL Instituto Nacional do Livro e instalou uma biblioteca, que funcionou inicialmente no antigo Grupo Escolar.
 
Vale lembrar que antes da emancipação do município, a vida social e política de Juazeirinho era uma maravilha, sempre predominaram as correntes UDN e PSD, sem aquelas hostilidades e ataques pessoais (coisas costumeiras no interior) e todos se entendiam e se respeitavam mutuamente. Entretanto, a sede do poder, a vontade de predominar e a vaidade humana é natural na política e no âmago do ser humano.
 
O EGO é impulsionado pelo poder e pela ganância e muitas vezes as amizades são colocadas de lado e as bravatas extrapolam de modo que passa a prevalecer o egocentrismo.
 
No próximo artigo vamos falar sobre a primeira eleição realizada em Juazeirinho
 
Por Geraldo Vital

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